Após encontro com representantes da Sespa, presidente da Câmara ratifica segurança no consumo de peixe da região, apesar de casos suspeitos da síndrome de Haff

0

A reunião concluiu que não há necessidade de proibição da venda ou consumo do pescado, nem mesmo das espécies suspeitas de estarem relacionadas à chamada “doença da urina preta”.

 

O presidente da Câmara Municipal de Santarém Ronan Liberal Júnior (MDB) recebeu em seu gabinete, nesta quinta-feira (16), uma equipe da Secretaria Estadual de Saúde Pública (SESPA) para um debate sobre as ações de combate, no município, à síndrome de Haff, também conhecida como “doença da urina preta”. O encontro foi considerado positivo por ambas as partes, já que os casos suspeitos registrados no município são isolados.

O presidente Ronan Liberal Junior destacou a importância do encontro para esclarecer que não há necessidade de proibir a comercialização e o consumo de peixe capturado na região do Baixo-Amazonas, inclusive as espécies suspeitas de estarem relacionadas à infecção de pessoas, como tambaqui, pirapitinga e pacu. “Então, o que a gente quer é reforçar o papel das vigilâncias e entidades estaduais e municipais que estão dando toda segurança para que a população possa fazer o consumo do pescado daqui de Santarém com tranquilidade de que está se alimentando de forma saudável”, enfatizou.

O vereador Jandeilson Pereira (DEM), representante dos pescadores na Casa, também participou da discussão e enfatizou que os pacientes que apresentaram sintomas da doença da urina preta, inclusive o que faleceu, devem ter consumido peixe oriundo do estado do Amazonas e garantiu que o pescado da região é de qualidade. “Na Feira do Peixe, da Z-20, é proibido vender pescado de outras regiões e não há registro de algum caso suspeito de consumidores do tablado”, ressaltou ao tranquilizar de que não há risco no consumo do tambaqui, pacu e pirapitinga – espécies suspeitas de estarem relacionadas aos casos registrados – capturados na região do Baixo-Amazonas.

O democrata também manifestou preocupação com os danos econômicos para os trabalhadores do setor. “Tem relatos de pescadores até chorando no mercado por trazerem seus produtos e não ter pra quem vender, sendo obrigados a jogar no lixo porque até quando vão doar as pessoas não querem”, lamentou.

De acordo com o parlamentar, os vendedores da Feira do Peixe já sentem queda nas vendas de todas as espécies, e uma campanha de sensibilização foi iniciada para comprovar a qualidade do peixe vendido no local. “Temos realizado piracaias oferecendo, inclusive, pirapitinga, pacu e tambaqui para comprovar que não há risco no consumo do peixe que capturamos na região. Tanto que, desde que o prefeito Nélio Aguiar, que também participou da piracaia, proibiu a venda de peixe vindo do Amazonas, nenhum caso suspeito da doença foi registrado em Santarém”, enfatizou Jandeilson.

O diretor de Vigilância em Saúde da SESPA, Denilson Feitosa, também reafirmou que a segurança está nas mãos do próprio consumidor, verificando a origem e as condições do peixe que está levando para casa, até porque os problemas estão mais relacionados com o acondicionamento do produto do que mesmo com a espécie a ser consumida. “A gente julga necessário alertar a população do que está acontecendo, mas sempre lembrando de que não há nenhuma proibição ou recomendação sobre evitar venda ou consumo do pescado. Nós sempre recomendamos, na verdade, não apenas para a síndrome de Haff, mas que seja uma rotina atentar para a origem e a qualidade do peixe e do armazenamento durante a venda. Isso é importante para que a população busque saber e se atentar”, destacou.

Denilson também elogiou a iniciativa do prefeito Nélio Aguiar em proibir a comercialização e consumo de peixe oriundo do Amazonas, “até que se entenda o que tem acontecido naquele estado, já que ele tem número de casos bem superior ao Pará”.

Exames – O diretor de Vigilância em Saúde do Estado também esclareceu no encontro que a SESPA já encaminhou ao laboratório de referência para o exame da síndrome de Haff todas as amostras coletadas em pacientes suspeitos de infecção da “doença da urina preta” no Pará, inclusive os quatro casos registrados em Santarém, com uma morte. Denilson Feitosa ressaltou, no entanto, que ainda não há nenhum resultado conclusivo, até porque o laboratório em Santa Catarina é responsável em examinar as suspeitas de todos os estados brasileiros e ainda não encaminhou qualquer laudo.

Compartilhar:

Os comentários estão fechados.

Acessibilidade