Na noite desta quarta-feira (3), a médica Nástia Irina Sousa participou de uma live com o vereador Biga Kalahare (PT). O tema do bate papo virtual “À beira do colapso? A realidade sobre a saúde em Santarém”, gerou vários questionamentos por parte do vereador e dos internautas que acompanhavam a live.
A médica, que faz parte do sindicato dos médicos do Pará (Sindmepa), fez uma avaliação sobre o cenário da pandemia em Santarém, nesse período que o Brasil vive uma 2° onda de infecção da covid-19. “É grave o momento que nós estamos vivendo. É a maior crise sanitária do país. Realmente é um quadro muito grave, não só no país, mas internacional”, ressalta.
Dr.ª Nástia explicou sobre a nova variante do novo coronavírus, que segundo ela, possibilita uma maior transmissibilidade. Por isso, a necessidade de tomar todos os cuidados. A médica também relatou situações que foram constatadas durante um levantamento realizado pelo conselho municipal de Saúde de Santarém (CMS).
Segundo a especialista, mais de 20 pacientes aguardam leitos de UTI na Unidade de Pronto Atendimento 24 horas (UPA 24h), a preocupação dos profissionais da saúde dobra em saber que o município possui apenas 44 leitos de UTI, no Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA)
“É uma situação preocupante porque não temos recursos humanos, recursos materiais. A UPA tem necessidade de ventilador mecânico; bomba de infusão; máscaras de oxigênio; máscaras de ventilação. Estou tornando públicas as informações do relatório feito pelo conselho, porque a população precisa saber”, afirmou Nástia.
A UPA 24h, de acordo com a médica, tem entre 8 e 9 leitos na sala vermelha, destinados a pacientes graves com indicação de UTI, porém, estão lotados. Para um município com 300 mil habitantes o quantitativo de leitos não é suficiente. A médica relatou que o caos é a realidade da saúde santarena.
Até 02 de fevereiro, a Prefeitura de Santarém divulgou em seu boletim que foram registrados no município, 526 óbitos. Dr.ª Nástia frisou que a abertura de novos leitos precisa ocorrer o mais rápido possível, mas que esse procedimento tem que acontecer da maneira correta. Ela disse que, tecnicamente, uma escola não é indicada para um hospital de campanha. Um colégio não tem estrutura para tratar pacientes.
A médica recentemente expôs a situação da saúde em Santarém ao ceder uma entrevista para o programa Fantástico da Rede Globo.
Ao finalizar a live, o vereador Biga Kalahare falou que a médica pode contar com o seu apoio. “O meu dever é fiscalizar e cobrar. A população terá isso, com certeza”, finaliza.
Por Daína Aben-Athar – Assessora de Imprensa vereador Biga Kalahare