Uma reunião pública na Câmara Municipal de Santarém discutiu, na manhã desta quinta-feira, os problemas enfrentados por adeptos de religiões de matriz africana. O encontro foi proposto pelo vereador Carlos Martins (PT) e contou com a presença de outros parlamentares e representantes de diversas denominações religiosas.
De acordo com o petista, o encontro foi oportuno para que, no mês da consciência negra, fosse debatida a discriminação com as religiões de matriz africana. “Então a gente entendeu que, nesse momento, nós precisávamos trazer aqui na nossa casa essas diversas religiões de matriz africana para que pudéssemos dialogar. O Poder Legislativo tem essa característica de ouvir as pessoas”, completou.
O encontro – que também contou com a presença dos vereadores Alba Leal (MDB), Erlon Rocha (MDB) e Biga Kalahare (PT) – foi considerado satisfatório pelo autor do debate. “Nós pudemos ouvir várias reivindicações, como, por exemplo, a questão do ensino religioso para mostrar as diversas religiões que existem. Isso já é lei. Tratar as diversas religiões que existem no mundo, e tratar as religiões de matriz africana nas escolas. A questão da segurança pública. Agora, dia 20 de novembro, eles têm uma atividade, inclusive, não vão fazer caminhada porque têm receio”, ressaltou Carlos Martins.
Outra questão levantada pelos participantes foi a falta de um espaço para suas celebrações. “Eu acho que seria interessante ter aqui no nosso município um local onde eles possam fazer as suas atividades. Também conversamos a questão da regularização das casas, dos terreiros, porque, se forem legalizados, como templos religiosos, eles podem ter, inclusive, a isenção de IPTU, por exemplo”, completou o vereador.
Encaminhamentos – Carlos Martins informou que, como encaminhamento prático, será proposta a criação de uma Frente Parlamentar ou uma coordenadoria no Poder Legislativo para buscar a igualdade étnico-racial e o respeito às religiões. “Por que eu entendo que eles são, realmente, muito discriminados. Infelizmente as pessoas não conhecem e precisam de uma conscientização, a partir da estrutura que a Câmara já dispõe, inclusive em mídias sociais”, finalizou.